Heavy metal

06/10/2012 19:32

O heavy metal (muitas vezes referido apenas como metal) é um gênero do rock que se desenvolveu no fim da década de 1960 e no início da década de 1970, em grande parte, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Tendo como raízes o blues-rock e o rock psicodélico, as bandas que criaram o gênero desenvolveram um espesso, maciço som, caracterizada por altas distorções amplificadas, prolongados solos de guitarra e batidas enfáticas. O Allmusic afirma que "de todos os formatos do rock 'n' roll, o heavy metal é a forma mais extrema, em termos de volume, e teatralidade".

 
As primeiras bandas de heavy metal como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple atraíam grandes audiências, um atributo comum em toda a história do gênero. Em meados da década de 1970, o Judas Priest ajudou a impulsionar a evolução do gênero suprimindo muito da influência do blues presente na primeira geração do metal britânico; o Motörhead introduziu agressividade e fúria nos vocais, influência do punk rock, e uma crescente ênfase na velocidade. Bandas do "New Wave of British Heavy Metal" como Iron Maiden seguiram a mesma linha. Antes do final da década, o heavy metal tinha atraído uma sequência de fãs no mundo inteiro conhecido como "metalheads" ou "headbangers" e também como "metaleiros" em países de idioma português.
 
Na década de 1980, o glam metal se tornou uma grande força comercial com grupos como Mötley Crüe. O Underground produziu uma série de cenas mais extremas e estilos agressivos: o thrash metal invadiu o cenário com bandas como Anthrax, Megadeth, Metallica e Slayer, enquanto outros estilos como o death metal e o black metal permaneceram como fenômenos da subcultura do metal. Nos anos 1980, ainda foi criado o power metal, com bandas como Helloween e Blind Guardian.
 
Desde meados da década de 1990, populares estilos como alternative metal e suas vertentes mais famosas: industrial metal, rap metal e nu metal, muitas vezes incorporam elementos do hip hop e funk. Já o metalcore, que combina hardcore punk com metal extremo, tem alargado ainda mais a definição do gênero.
 
 

Características

 

O heavy metal se caracteriza tradicionalmente por guitarras altas e distorcidas, ritmos enfáticos, um som de baixo-e-bateria denso e vocais vigorosos. Os subgêneros do metal tradicionalmente enfatizam, alteram ou omitem um ou mais destes atributos. Segundo o crítico do New York Times Jon Pareles, "na taxonomia da música popular, o heavy metal é a principal subespécie do hard rock - o tipo com menos síncope, menos blues, com mais ênfase no espetáculo e mais força bruta." A típica formação da banda inclui um baterista, um baixista, um guitarrista base, um guitarrista solo e um cantor, que pode ou não também tocar algum dos instrumentos. Teclados são por vezes usados para enriquecer o corpo do som; as primeiras bandas de heavy metal costumavam usar um órgão Hammond, enquanto sintetizadores se tornaram mais comuns posteriormente.
 
 
 
Judas Priest em show de 2005.
A guitarra elétrica e o poder sônico que ela projeta através dos amplificadores foi, historicamente, o elemento chave do heavy metal. As guitarras frequentemente são tocadas com pedais de distorção, por meio de amplificadores de tubo com bastante overdrive, criando um som espesso, poderoso e "pesado". Um elemento central do heavy metal é o solo de guitarra, uma forma de cadenza. À medida que o gênero se desenvolveu, solos e riffs mais sofisticados e complexos tornaram-se parte integral do estilo. Guitarristas usam técnicas como sweep-picking e tapping para tocar com mais velocidade, e diversos estilos do metal enfatizam demonstrações de virtuosismo. Algumas bandas influentes do gênero, como Judas Priest e Iron Maiden, têm dois ou até mesmo três guitarristas que partilham tanto a guitarra base quanto a solo. Uma característica importante é o uso de escalas pentatônicas, exemplificado em bandas como Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath.
 
O papel principal da guitarra no heavy metal frequentemente colide com o papel tradicional de líder da banda (bandleader) do vocalista, o que cria uma tensão musical à medida que os dois "disputam pela dominância" num espírito de "rivalidade afetuosa". O heavy metal "exige a subordinação da voz" ao som geral da banda. Refletindo as raízes do metal na contracultura da década de 1960, uma "demonstração explícita de emoção" é exigida dos vocais, como sinal de autenticidade. O crítico Simon Frith alega que o "tom de voz" do cantor do metal é mais importante do que as letras. Os vocais do metal variam enormemente de acordo com o estilo, do enfoque teatral, abrangendo múltiplas oitavas, de Rob Halford, do Judas Priest, e Bruce Dickinson, do Iron Maiden, até o estilo rouco de Lemmy, do Motörhead, e James Hetfield, do Metallica, chegando até ao urro gutural de diversos vocalistas de death metal.
 
O papel de relevo do baixo também é crucial para o som do metal, e o intercâmbio entre o baixo e a guitarra formam um elemento central do estilo. O baixo fornece o som grave necessário para tornar a música "pesada". As linhas de baixo do metal variam enormemente em termos de complexidade, desde a manutenção de um simples ponto pedal grave até servir como "alicerce" para os guitarristas, dobrando riffs e licks complexos juntamente com as guitarras base e/ou ritmo. Algumas bandas contam com o baixo como um instrumento solo, um enfoque popularizado pelo baixista Cliff Burton, do Metallica, no início da década de 1980.
 
 
 
Motörhead em show de 2011.
A essência da bateria do metal consiste em criar uma batida alta e constante para a banda, usando a "trifeta da velocidade, força e precisão". A bateria do metal "requer uma quantidade excepcional de resistência", e os bateristas do estilo têm de desenvolver "destreza, coordenação e velocidade consideráveis para tocar os padrões complexos" utilizados no metal. Uma técnica característica da bateria do metal é o abafamento do prato, que consiste na percussão de um prato seguida pelo seu silenciamento imediato, através do uso da outra mão (ou, em alguns casos, da própria mão que o percutiu), produzindo uma curta emissão sonora. O setup da bateria do metal geralmente é muito maior do que o que é utilizado em outras formas de rock.
 
Nas performances ao vivo o volume - "um ataque sonoro", na descrição do sociólogo Deena Weinstein - é considerado vital. Em seu livro Metalheads, o psicólogo Jeffrey Arnett se refere aos shows de heavy metal como "o equivalente sensorial da guerra." Logo após os primeiros passos dados por Jimi Hendrix, Cream e The Who, as primeiras bandas de heavy metal, como Blue Cheer, estabeleceram novos marcos em termos de volume. Segundo o próprio vocalista do Blue Cheer, Dickie Peterson, "tudo o que sabíamos é que queríamos mais força." Uma crítica de um show do Motörhead de 1977 registrou como "o volume excessivo figura com destaque particular no impacto da banda." Segundo Weinstein, da mesma maneira que a melodia é o principal elemento da música pop e o ritmo é o principal foco da house music, som, timbre e volume poderosos são os elementos-chave do metal; o volume excessivo teria como intenção "varrer o ouvinte para dentro do som", fornecendo-lhe uma "dose de vitalidade jovial". A fixação do heavy metal com o volume foi satirizada no documentário de comédia This Is Spinal Tap, no qual um guitarrista de metal alega ter modificado seus amplificadores para "irem até o onze".
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